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Sou professora. Apaixonada de carteirinha pela alfabetização, adoro dar aula para o 1º e 2° ano fundamental,sou uma pessoa que acredita que ainda faremos uma educação de 1º mundo,gosto de tudo que é novo, e gosto de estar me atualizando, enfim não gosto de rotina.

domingo, outubro 18, 2009

SELINHO - PRESENTE DA TIA SORA

 
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Senti uma vontade enorme de presentear minhas amigas com meus selinhos muito loucos. Essas amigas que eu adoro estar visitando seus blogs, e que eu considero professoras especias e muito dedicadas.
Os blogs que eu escolhi são esses:
http://momentoalfabetizacao.blogspot.com/
http://arlete-alfabetizandocomamor.blogspot.com/
http://ferramentapedagogica.blogspot.com/
http://sillovinho.blogspot.com/
http://brincandoeaprendendoassimquecrescemos.blogspot.com/
http://cantinhodadezinha.blogspot.com/
http://marciliacampos.blogspot.com/
http://cantinhoencantadodaeducacaoinfantil.blogspot.com/
http://profsandrapedagogainfantil.blogspot.com/
http://eevivendoeaprendendo.blogspot.com/

EDUCADORES DE SUCESSO

Neste mês de outubro, em que se comemora o Dia do Professor, o Conexão Professor resolveu prestar uma homenagem a alguns dos grandes educadores da história brasileira. Conheça um pouco mais sobre a vida e a obra de figuras ilustres como Anísio Teixeira, Paulo Freire, Darcy Ribeiro, Florestan Fernandes, Gustavo Capanema, Lourenço Filho e Fernando de Azevedo, que fizeram da Educação a razão principal de suas vidas.

ANÍSIO TEIXEIRA
Anísio Spínola Teixeira nasceu em Caetité (BA), em 12 de julho de 1900, em uma família de fazendeiros. Advogado, intelectual, educador e escritor, Anísio foi um dos mais destacados signatários do Manifesto da Escola Nova, em defesa do ensino público, gratuito, laico e obrigatório, divulgado em 1932. Era contra a educação como processo exclusivo de formação de uma elite, mantendo a grande maioria da população em estado de analfabetismo e ignorância.

Estudou em colégios jesuítas em Caetité e em Salvador. Em 1922, formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais, pela Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro (atual Faculdade de Direito da UFRJ). Em 1924, foi nomeado Inspetor Geral de Ensino do Estado da Bahia, pelo Governador Góes Calmon, e promoveu uma grande reforma no sistema educacional do estado.

Em 1925, parte para a Europa, onde conhece os sistemas educacionais de diversos países. Em 1927, viaja aos EUA e começa a se interessar pelas idéias do Pedagogo e Filósofo John Dewey, que o influenciaram de forma decisiva. Em 1928, estudou na Universidade de Columbia, em Nova York.

Em 1931, foi nomeado secretário de Educação do Rio. Em sua gestão, institui a integração da Rede Municipal de Ensino, que ia da escola primária à universidade. Assumiu a presidência da Associação Brasileira de Educação (ABE) e foi, juntamente com Lourenço Filho, Fernando de Azevedo, entre outros, um dos mais destacados signatários do Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova, documento que defendia uma escola pública gratuita, laica e obrigatória.

Em abril de 1935, completou a montagem da rede de ensino do Rio com a criação da Universidade do Distrito Federal (UDF). Ao lado da Universidade de São Paulo (USP), inaugurada no ano seguinte, a UDF mudou o ensino superior brasileiro, mas foi extinta em 1939, durante o Estado Novo.

Perseguido pelo governo de Getúlio Vargas, Anísio refugiou-se em sua cidade natal, onde viveu até 1945. Nesse período, não atuou na área educacional e se tornou empresário.

Em 1946, assumiu o cargo de conselheiro da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco). No ano seguinte, com o fim do Estado Novo, voltou ao Brasil e novamente tomou posse da Secretaria de Educação da Bahia. Nessa gestão, criou, em 1950, o Centro Educacional Carneiro Ribeiro, em Salvador, a Escola Parque, no qual Darcy Ribeiro buscou inspiração para, na década de 1980, criar o CIEP (Centro Integrado de Educação Pública).

Em 1951, assumiu o cargo de secretário-geral da Campanha de Aperfeiçoamento do Pessoal do Ensino Superior (Capes) e, no ano seguinte, o de diretor do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos (Inep), onde ficou até 1964.

Anísio foi um dos idealizadores da Universidade de Brasília (UnB), fundada em 1961. Ele entregou a Darcy Ribeiro, que considerava como seu sucessor, a condução do projeto da universidade. Em 1963, tornou-se reitor da UnB. Com o golpe de 1964, acabou afastado do cargo. Foi para os Estados Unidos, lecionar nas universidades de Columbia e da Califórnia. De volta ao Brasil em 1966, tornou-se consultor da Fundação Getulio Vargas (FGV).

Morreu em 11 de março de 1971, de uma forma bastante obscura. Seu corpo foi encontrado no poço do elevador de um edifício no começo da Avenida Rui Barbosa, no Rio. A polícia considerou a morte acidental, mas a família do educador suspeita de que ele possa ter sido vítima da repressão do governo do General Emílio Garrastazu Medici.

PAULO FREIRE
Considerado um dos maiores pedagogos brasileiros, sendo respeitado mundialmente, Paulo Reglus Neves Freire nasceu no Recife (PE) em 19 de setembro 1921. Freire é reconhecido pelo seu esforço em educar os mais pobres.

Em 1943, Freire entrou para a Universidade do Recife, para cursar a Faculdade de Direito. Nunca exerceu a profissão, preferindo trabalhar como professor numa escola de segundo grau ensinando a Língua Portuguesa.

Em 1946, Freire foi indicado diretor do Departamento de Educação e Cultura do Serviço Social no Estado de Pernambuco. Trabalhando inicialmente com analfabetos pobres, Freire começou a se envolver com um movimento não- ortodoxo chamado Teologia da Libertação, uma vez que era necessário que o pobre soubesse ler e escrever para que tivesse o direito de votar nas eleições presidenciais.

Em 1961, foi indicado para diretor do Departamento de Extensões Culturais da Universidade do Recife e, em 1962, teve a primeira oportunidade para aplicar suas teorias, quando ensinou em Angicos, no Rio Grande do Norte, 300 trabalhadores rurais a ler e a escrever em apenas 45 dias.

No começo de 1964, foi convidado pelo Presidente João Goulart para coordenar o Programa Nacional de Alfabetização. Após o golpe militar foi acusado de subversão, passou 72 dias na prisão e, em seguida, partiu para o exílio. No Chile, trabalhou por cinco anos no Instituto Chileno para a Reforma Agrária (ICIRA). Nesse período, escreveu o seu principal livro: Pedagogia do Oprimido (1968).

Neste livro Paulo Freire esboça caminhos sociais rumo a uma sociedade livre através da extinção da relação de opressão presentes no sistema capitalista. Para Freire, só a libertação dos opressores, feita pela movimentação e conscientização dos oprimidos, poderia ser o elo propulsor para construir uma sociedade de iguais.

Neste sentido, a Educação aparece com o papel central para efetivar o seu pensamento, pois que através de uma educação libertária, o oprimido poderia tomar consciência de sua situação e buscar sua liberdade, bem como a de seu opressor. Para tal, propõe que o educador conheça em profundidade cada comunidade que irá educar, conheça a realidade e as palavras que são significativas para cada grupo de pessoas. Desta forma, as palavras que serão ensinadas na escrita e na leitura são justamente as que fazem parte do cotidiano destas pessoas.

Em 1970, junto a outros brasileiros exilados, em Genebra, Suíça, cria o IDAC (Instituto de Ação Cultural), que assessora diversos movimentos populares, em vários locais do mundo, principalmente na África.

Em 1980, após 16 anos de exílio, retornou ao Brasil, onde escreveu dois livros tidos como fundamentais em sua obra: Pedagogia da Esperança (1992) e À Sombra Desta Mangueira (1995). Lecionou na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Em 1989, foi secretário de Educação no Município de São Paulo, na gestão da Prefeita Luiza Erundina.

Em 1991, foi fundado em São Paulo o Instituto Paulo Freire para estender e elaborar suas teorias sobre educação popular. Freire teve cinco filhos com a professora primária Elza Maia Costa Oliveira. Após a morte de sua primeira mulher, casou-se com uma ex-aluna, Ana Maria Araújo Freire. Morreu no dia 2 de maio de 1997, vítima de infarto, em São Paulo.

DARCY RIBEIRO
Além de grande educador, Darcy Ribeiro também foi destaque em todas as outras áreas que trilhou em sua vida. Da antropologia à política, Darcy Ribeiro defendeu entusiasticamente suas idéias e realizou diversos projetos de grande relevância.

Nasceu na cidade mineira de Montes Claros, em 26 de outubro de 1922. Em 1946 formou-se em Ciências Sociais pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo (1946), com especialização em Antropologia. Dedicou-se primeiramente ao estudo dos índios do Pantanal, do Brasil Central e da Amazônia (1946/1956). Fundou o Museu do Índio e estabeleceu os princípios ecológicos da criação do Parque Indígena do Xingu. Foi um dos grandes defensores da causa indígena.

Darcy começou então a se dedicar à Educação primária e superior. Ao lado do amigo Anísio Teixeira, foi um dos fundadores e primeiro reitor da Universidade de Brasília. Também foi ministro da Educação, no Governo Jânio Quadros. Depois, foi ministro-chefe da Casa Civil de João Goulart e coordenava a implantação das reformas estruturais. Com o golpe militar de 64, teve que partir rumo ao exílio.

Morou em vários países da América Latina e desenvolveu programas de reforma universitária, com base nas idéias que defende em A Universidade Necessária. Foi assessor do Presidente Salvador Allende, no Chile, e de Velasco Alvarado, no Peru. Escreveu neste período os cinco volumes de seus Estudos de Antropologia da Civilização (O Processo Civilizatório, As Américas e a Civilização, O Dilema da América Latina, Os Brasileiros: 1. Teoria do Brasil e Os Índios e a Civilização), que têm 96 edições em diversas línguas. Neles propõe uma teoria explicativa das causas do desenvolvimento desigual dos povos americanos. Recebeu ainda títulos de Doutor Honoris Causa da Sorbonne, da Universidade de Copenhague, da Universidade da República do Uruguai e da Universidade Central da Venezuela.

Retornou ao Brasil em 1976, quando voltou a se dedicar à Educação e à política. Em 1982 se elegeu Vice-Governador do Estado do Rio de Janeiro, no primeiro governo de Leonel Brizola (1983-1987). Foi secretário da Cultura e coordenador do Programa Especial de Educação, com a missão de implantar 500 CIEPs (Centros Integrads de Educação Pública), projeto pedagógico de assistência em tempo integral a crianças, incluindo atividades recreativas e culturais para além do ensino formal. Criou, então, a Biblioteca Pública Estadual, a Casa França-Brasil, a Casa Laura Alvim, o Centro Infantil de Cultura de Ipanema e o Sambódromo, em que colocou 200 salas de aula para fazê-lo funcionar também como uma enorme escola primária.

Em 1986 Darcy foi candidato ao governo fluminense pelo PDT, mas foi derrotado por Moreira Franco (PMDB).

Em 1991 elegeu-se Senador da República. Elaborou e conseguiu aprovar no Senado e enviar à Câmara dos Deputados a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), sancionada pelo presidente da República em 20 de dezembro de 1996 como Lei Darcy Ribeiro.

Entre 1991 e 1992, como secretário extraordinário de Programas Especiais do Rio de Janeiro, ocupou-se de completar a rede dos CIEPs. Durante a Conferência Mundial do Meio Ambiente (ECO 92), realizada no Rio de Janeiro, em 1992, implantou o Parque Floresta da Pedra Branca, numa área de 12.000 hectares, para se tornar a maior floresta urbana do mundo.

Ainda no exílio, começou a escrever os romances Maíra e O Mulo e, já no Brasil, escreveu dois outros: Utopia Selvagem e Migo. Publicou Aos Trancos e Barrancos, que é um balanço crítico da História brasileira de 1900 a 1980. Publicou, também, uma coletânea de ensaios insólitos: Sobre o Óbvio e um balanço de sua vida intelectual: Testemunho. Editou, juntamente com Berta G. Ribeiro, a Suma Etnológica Brasileira. Em 1992 publicou, pela Biblioteca Ayacucho, em espanhol, e pela Editora Vozes, em português, A Fundação do Brasil, um compêndio de textos históricos dos séculos XVI e XVII, comentados por Carlos Moreira e precedidos de um longo ensaio analítico sobre os primórdios do Brasil. Neste mesmo ano, foi eleito em 8 de outubro para a Cadeira nº 11 da Academia Brasileira de Letras (ABL), que tem por Patrono Fagundes Varela, sendo recebido a 15 de abril de 1993, por Cândido Mendes.

Em 1995 lançou O Povo Brasileiro, que encerra a coleção de seus Estudos de Antropologia da Civilização, além de uma compilação de seus discursos e ensaios intitulada: O Brasil como Problema. Lançou ainda, um livro para adolescentes, Noções de Coisas, com ilustrações de Ziraldo, que recebeu, em 1996, o Prêmio Malba Tahan de Melhor Livro Informativo, da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil.

Em 1996 publicou, pela Editora Companhia das Letras, seus Diários Índios, em que reproduz anotações que fez durante dois anos (1949/1951) de convívio e de estudo entre os índios Urubus-Kaapor, da Amazônia. Seu primeiro romance, Maíra, recebeu uma edição comemorativa de seus 20 anos, que traz resenhas e críticas de Antônio Candido, Alfredo Bosi, Moacir Werneck de Castro, Antônio Houaiss, Carmen Junqueira e outros especialistas em literatura e antropologia. Ainda neste ano, recebe o Prêmio Interamericano de Educação Andrés Bello, concedido pela OEA a eminentes educadores das Américas.

Darcy Ribeiro morreu de câncer em 17 de fevereiro de 1997. No seu último ano de vida, dedicou-se especialmente a organizar a Universidade Aberta do Brasil, com cursos de educação à distância, para funcionar a partir de 1997, e a Escola Normal Superior, para a formação de professores de 1º Grau. Organizou a Fundação Darcy Ribeiro, instituída por ele em janeiro de 1996, com sede própria, localizada em sua antiga residência em Copacabana, com o objetivo de manter sua obra viva e elaborar projetos nas áreas educacional e cultural.

FLORESTAN FERNANDES
Florestan Fernandes nasceu em São Paulo no dia 22 de julho de 1920. Foi professor, político e um dos mais influentes sociólogos brasileiros. A Educação foi o tema principal de vários de seus trabalhos. Além disso, sua atuação na Câmara dos Deputados, já no fim da vida, se concentrou na área do ensino.

Florestan era filho de uma imigrante portuguesa, analfabeta, que trabalhava como lavadeira. Devido às dificuldades, teve que começar a trabalhar logo aos seis anos de idade como engraxate, auxiliar de marceneiro, balconista, entre outros ofícios. Tendo a obrigação de trabalhar, Florestan teve que abdicar dos estudos aos nove anos. Somente aos 17 anos conseguiu recuperar os estudos ao concluir o curso de Madureza (antigo Supletivo). Aos 18 anos conseguiu ingressar na Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade de São Paulo.

Formou-se em 1943, ano em que O Estado de São Paulo publicou o seu primeiro artigo. Em 1944, casou-se com Myriam Rodrigues Fernandes, com quem teve seis filhos. Neste mesmo ano, tornou-se assistente do Professor Fernando de Azevedo, na cátedra de sociologia II. Obteve o título de mestre em 1947 com a dissertação “A organização social dos Tupinambás” e concluiu o doutorado em 1951, com a tese “A função social da guerra na sociedade Tupinambá”, sob a orientação de Fernando de Azevedo.

Florestan militava em favor do socialismo e não separava o trabalho teórico de suas convicções ideológicas. Acreditava que a Educação e a Ciência têm, potencialmente, uma grande capacidade transformadora.

Segundo Florestan, a elite brasileira do século 20 queria controlar a Educação para manter a maioria da população culturalmente alienada e afastada das decisões políticas. Por isso, uma das principais lutas de Florestan foi pela manutenção e pela ampliação do ensino público. Para ele, não poderia existir estado ou sociedade democrática sem uma educação democrática via escola pública gratuita.

Foi mestre de sociólogos renomados, como Octavio Ianni e Fernando Henrique Cardoso. Cassado com base no AI-5, em 1969, deixou o país e foi lecionar nas universidades de Columbia (EUA), Toronto (Canadá) e Yale (EUA). Retornou ao Brasil em 1972 e passou a lecionar na PUC-SP.

Depois da redemocratização, filiou-se ao Partido dos Trabalhadores a convite do presidente do partido, Luiz Inácio Lula da Silva. Em seus dois mandatos de deputado federal, nos anos 1980 e 1990, o sociólogo esteve envolvido em todos os debates mais importantes que ocorreram no Congresso no campo da Educação. Ele participou ativamente da discussão, elaboração e tramitação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), que só seria aprovada em 1996, um ano depois de sua morte.

No processo de constituição da LDB, Florestan sofreu uma grande decepção com seu até então amigo o Antropólogo e Senador Darcy Ribeiro, que o havia acompanhado na longa trajetória em defesa da Educação. Florestan defendia propostas mais radicais do que as que acabaram incluídas na lei aprovada, cujo mentor foi Darcy Ribeiro. Florestan defendia que a lei incluísse o princípio de escola única, que abrangesse Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio, conjugada com Educação profissional, e possibilitasse uma escolaridade maior aos setores carentes da população. O sociólogo também propunha, como meio de dar autonomia às escolas, que os diretores fossem eleitos por professores, pais e alunos. Ele queria ainda incluir na LDB um piso salarial para os professores.

Faleceu em São Paulo no dia 10 de agosto de 1995, aos 75 anos de idade, vítima de embolia gasosa maciça (presença de bolhas de ar no sangue), seis dias após submeter-se a um transplante de fígado. Publicou inúmeros livros durante a vida, no campo da Sociologia, da Antropologia e da Educação. A Revolução Burguesa no Brasil (1975) e Sociedade de Classes e Subdesenvolvimento (1968) estão entre os títulos mais importantes.

GUSTAVO CAPANEMA
Gustavo Capanema Filho nasceu em Pitangui (MG), no dia 10 de agosto de 1900. Professor, advogado e importante político da história brasileira, Capanema formou-se em 1923 pela Faculdade de Direito de Minas Gerais.

Na faculdade tornou-se amigo de Abgar Renault, Mário Casassanta, Gabriel Passos e Emílio Moura, que mais tarde alcançariam renome, quer como escritores, quer como políticos. Junto com esses colegas, Capanema formava o grupo conhecido como "os intelectuais da Rua da Bahia", integrado também por Carlos Drummond de Andrade, Milton Campos, João Alphonsus e João Pinheiro Filho. Em 1927, iniciou sua vida política ao eleger-se vereador em sua cidade natal.

Nas eleições presidenciais realizadas em março de 1930, deu apoio à candidatura presidencial de Getúlio Vargas, lançado pela Aliança Liberal - coligação que reunia os líderes políticos de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba. No entanto, Vargas foi derrotado pelo candidato situacionista, o paulista Júlio Prestes. Nessa mesma ocasião, porém, o primo de Capanema, Olegário Maciel, que então já contava com mais de 70 anos, elegeu-se para o governo de Minas. Após a posse de Olegário, Capanema foi imediatamente nomeado seu oficial-de-gabinete e, logo em seguida, secretário do Interior e Justiça.

Partidário do movimento revolucionário que depôs o Presidente Washington Luís e conduziu Vargas ao poder em novembro de 1930, em fevereiro de 1931, junto com Francisco Campos e Amaro Lanari, liderou a formação da Legião de Outubro, organização política criada em Minas Gerais com a finalidade de oferecer apoio ao regime surgido da Revolução de 30.

Em agosto de 1931, Capanema liderou a reação a um golpe deflagrado na capital mineira para afastar Olegário Maciel do governo. O golpe, que contou com a participação de políticos mineiros descontentes com os rumos da política estadual, foi articulado pelo Ministro Osvaldo Aranha e contou com a conivência do próprio presidente da República. Meses depois, Capanema atuou como intermediário no processo de reaproximação entre Vargas e Olegário. No início de 1932, participou da fundação do Partido Social Nacionalista (PSN), surgido da tentativa de pacificação da política mineira. Em julho daquele mesmo ano, porém, o chamado "acordo mineiro" foi definitivamente rompido quando elementos ligados ao Partido Republicano Mineiro (PRM) apoiaram o Movimento Constitucionalista, deflagrado em São Paulo contra o governo federal. Capanema e Olegário Maciel, que nessa ocasião mantiveram-se ao lado de Vargas e deram combate aos rebeldes paulistas, participariam, em janeiro do ano seguinte, de mais uma experiência partidária: o Partido Progressista (PP), que reunia os setores políticos mineiros alinhados aos governos estadual e federal.

Em setembro de 1933, com a morte de Olegário Maciel, Capanema assumiu interinamente a interventoria federal em Minas. Pleiteando, com o apoio do interventor gaúcho Flores da Cunha, a sua efetivação no cargo, Capanema tinha como principal adversário Virgílio de Melo Franco, que por sua vez era fortemente apoiado por Osvaldo Aranha, então ministro da Fazenda. Vargas, porém, surpreendeu a todos ao nomear para o cargo, em dezembro, o até então obscuro Deputado Benedito Valadares. Como compensação, Capanema foi designado pelo presidente para dirigir o Ministério da Educação e Saúde. Nomeado em julho de 1934, permaneceria no cargo até o fim do Estado Novo, em outubro de 1945.

Em 1935, sua gestão caracterizou-se principalmente pela retomada das campanhas sanitárias, interrompidas entre 1930 e 1934, e pelo início dos estudos visando à criação da Universidade do Brasil e à construção do edifício-sede do ministério no Rio de Janeiro. Ao mesmo tempo, Capanema não permaneceu alheio ao grande debate travado em 1935, nos meios culturais e políticos do país, sobre o sentido e a orientação do Sistema Educacional brasileiro. De um lado, os educadores do chamado Movimento Escolanovista, como Anísio Teixeira, Manuel Bergström, Lourenço Filho e Fernando de Azevedo, defendiam uma Educação igualitária sob a responsabilidade do Estado. Do outro, situava-se o movimento católico, liderado por Alceu Amoroso Lima, propugnando o ensino religioso e livre da tutela do Estado. O grupo "católico" acabou conquistado maiores espaços na política ministerial. Em 1937, foi criada a Universidade do Brasil, a partir da estrutura da antiga Universidade do Rio de Janeiro.

No campo do ensino profissionalizante foi criado, através de convênio com o empresariado, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI). Como ministro, Capanema buscou estabelecer um bom relacionamento com os intelectuais brasileiros, tendo sido auxiliado nessa tarefa pelo poeta Carlos Drummond de Andrade, seu chefe de gabinete.

O projeto de construção do edifício-sede do ministério foi o maior exemplo de sua abertura em relação à arte moderna. Empenhado em transformar o prédio em um marco da moderna arquitetura mundial, Capanema não hesitou em anular o concurso que aprovara o projeto de autoria do Arquiteto Arquimedes Memória e passar a incumbência da construção a uma equipe chefiada por Lúcio Costa e integrada por Oscar Niemeyer, Carlos Leão, Afonso Eduardo Reidy, Jorge Moreira e Ernâni Vasconcelos. A pedido do grupo, Le Corbusier veio de Paris a fim de examinar o projeto. A obra contou ainda com a participação de Portinari, encarregado dos afrescos e do painel de azulejos, dos escultores Adriana Janacopoulos, Celso Antônio, Bruno Giorgi e Jacques Lipschitz, e do paisagista Roberto Burle Marx. Iniciada em 1937, ficou praticamente pronta em 1944, mas só foi inaugurada em 1945, após a queda do Estado Novo, quando Capanema não se encontrava mais à frente do Ministério.

O atual Edifício Gustavo Capanema ou Palácio Capanema (também conhecido pelo seu uso original, o Ministério da Educação e Saúde, ou ainda como MEC) é um edifício público localizado no centro da Cidade do Rio de Janeiro, à Rua da Imprensa, número 16.

Em 30 de julho de 1938, Capanema fundou o Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos (INEP), nomeando para sua direção o Professor Lourenço Filho. Em 4 de abril de 1939, inaugurou a Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, que viria a ter profunda influência no ensino médio e superior.

Ainda em 1939, foram fundadas a Faculdade Nacional de Arquitetura e a Faculdade de Ciências Econômicas. Em 1941, completando o quadro das instituições componentes da Universidade do Brasil, Capanema inaugurou a Escola Nacional de Educação Física e Desportos, visando principalmente à formação de pessoal técnico em Educação Física, prática obrigatória nas escolas pela Constituição do Estado Novo.

Após o fim do Estado Novo, filiou-se ao Partido Social Democrático (PSD), que aglutinava os setores políticos identificados com a ditadura varguista e pelo qual elegeu-se deputado federal constituinte por Minas Gerais, em 1945. Obteve, em seguida, sucessivos mandatos parlamentares. Em 1964, apoiou o golpe que depôs o Presidente João Goulart. Logo depois, com a instituição do bipartidarismo, filiou-se à Aliança Renovadora Nacional (Arena), partido de apoio ao regime militar. Permaneceu na Câmara dos Deputados até 1970. Em seguida, sempre por Minas Gerais, obteve um mandato no Senado Federal, onde permaneceu até 1979, encerrando então sua carreira política.

Foi presidente do Museu de Arte Moderna, do Rio de Janeiro, e membro do conselho deliberativo da Bienal de São Paulo, presidente do Círculo de Arte Vera Ianacopoulos, no Rio de Janeiro, e membro do conselho deliberativo da Fundação Milton Campos, criada pela Arena em setembro de 1975. Morreu no Rio de Janeiro, em 10 de março de 1985. Era casado com Maria de Alencastro Massot, com quem teve dois filhos.

LOURENÇO FILHO
Manoel Bergström Lourenço Filho nasceu em Porto Ferreira, interior paulista, no dia 10 de março de 1897, é uma das figuras eminentes da Escola Nova brasileira. Foi duramente criticado por ter colaborado com o Estado Novo de Getúlio.

Iniciou a vida escolar na vizinha Santa Rita do Passa Quatro. Prosseguiu em Campinas, depois em Pirassununga, e, finalmente, na capital paulista, onde se formou na Escola Normal Secundária, em 1917. Matriculou-se na Faculdade de Medicina para estudar psiquiatria, mas abandonou após dois anos. Em 1919, ingressa na Faculdade de Direito de São Paulo, vindo a se bacharelar em 1929, depois de longa trajetória interrompida por várias atividades paralelas que desenvolve, com destaque, no campo educacional.

Sua carreira profissional foi precoce. Aos oito anos elaborou um jornal próprio, chamado O Pião, cujo chefe, redator e tipógrafo era ele mesmo. Mais tarde veio a trabalhar no Jornal do Commercio, no jornal O Estado de S. Paulo e na Revista do Brasil, nesta, ao lado de Monteiro Lobato.

A primeira experiência no ensino público se deu em sua terra natal, em 1915. Depois lecionou diversas disciplinas pedagógicas na Escola Normal Primária de São Paulo. Em 1921 foi nomeado para a cátedra de Psicologia e Pedagogia da Escola Normal de Piracicaba. Ali fundou a Revista de Educação, que recebeu seus primeiros artigos. No final desse mesmo ano, casa-se com Aida de Carvalho, que conhecera em Pirassununga, quando ambos eram normalistas.

Em 1922, a convite do governo cearense, assume o cargo de diretor da Instrução Pública e leciona na Escola Normal de Fortaleza. As reformas por ele empreendidas no Ceará repercutem no país e podem ser entendidas como germe dos conhecidos movimentos nacionais de renovação pedagógica das primeiras décadas do século.

De volta ao estado natal, leciona na Escola Normal de Piracicaba durante o ano de 1924. Em seguida, assume a vaga de Psicologia e Pedagogia da Escola Normal de São Paulo, função que ocupa por seis anos, fervilhantes de pródiga produção, de muitas publicações, inclusive traduções. A influência da Psicologia Experimental é evidente em sua obra, sobretudo nesse momento.

Sua participação política também merece destaque: presente nas Conferências Nacionais de Educação de 1927 e 1928, respectivamente em Curitiba e Belo Horizonte, apresenta suas idéias quanto ao Ensino Primário e à liberdade dos programas de ensino. Se não autor, é certamente um dos atores mais importantes do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, de 1932.

No campo da Educação, sua contribuição abrange temas como Educação Pré-primária, Alfabetização Infantil e de Adultos, Ensino Secundário, Ensino Técnico Rural, Universidade, Didática, Metodologia de Ensino, Administração Escolar, Avaliação Educacional, Orientação Educacional, Formação de Professores, Educação Física e Literatura Infanto-juvenil.

Apesar de ter exercido cargos na Administração Pública Federal – como diretor de Gabinete de Francisco Campos (1931), como diretor-geral do Departamento Nacional de Educação (nomeado por Gustavo Capanema, em 1937) e como diretor do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos (1938-46) –, foi sobretudo um professor e um estudioso de assuntos didático-pedagógicos. Após deixar o INEP, ministrou cursos em universidades latino-americanas e colaborou (1944) na Reforma do Ensino do Paraguai. Organizou e dirigiu o Seminário Interamericano de Alfabetização de Adultos (1949), durante o qual recebeu o título de maestro de las Américas.

Viveu os últimos anos no Rio de Janeiro e, vítima de colapso cardíaco, faleceu no dia 3 de agosto de 1970, aos 73 anos. Em 1972, foi fundada a Escola Estadual Professor Lourenço Filho, no Município de São João de Meriti, no Rio de Janeiro.

FERNANDO DE AZEVEDO
Fernando de Azevedo nasceu em 2 de abril de 1894, no Município de São Gonçalo do Sapucaí (MG). Foi professor, educador, crítico, ensaísta, sociólogo e um dos expoentes do movimento da Nova Escola. Faleceu em São Paulo, em 18 de setembro de 1974.

Filho de Francisco Eugênio de Azevedo e de Sara Lemos Almeida de Azevedo, cursou o Ginasial no Colégio Anchieta, em Nova Friburgo. Durante cinco anos fez cursos especiais de letras clássicas, língua e literatura grega e latina, de poética e retórica; e, em seguida, cursou Ciências Jurídicas e Sociais na Faculdade de Direito de São Paulo.

Foi, aos 22 anos, professor substituto de Latim e psicologia no Ginásio do Estado em Belo Horizonte; de Latim e Literatura na Escola Normal de São Paulo; de Sociologia Educacional no Instituto de Educação da Universidade de São Paulo; catedrático do Departamento de Sociologia e Antropologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo. Professor emérito da referida faculdade da USP.

Foi diretor-geral da Instrução Pública do Distrito Federal (1926-30); diretor- geral da Instrução Pública do Estado de São Paulo (1933); diretor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de São Paulo (1941-42); membro do Conselho Universitário por mais de 12 anos, desde a fundação da Universidade de São Paulo; secretário de Educação e Saúde do Estado de São Paulo (1947); diretor do Centro Regional de Pesquisas Educacionais, que ele instalou e organizou (1956-61); secretário de Educação e Cultura no governo do Prefeito Prestes Maia (1961); redator e crítico literário de O Estado de São Paulo (1923-26), jornal em que organizou e dirigiu, em 1926, dois inquéritos um sobre a arquitetura colonial, e outro sobre Educação Pública em São Paulo, abordando os problemas fundamentais do ensino de todos os graus e tipos, e iniciando uma campanha por uma nova política de educação e pela criação de universidades no Brasil.

Entre 1927 e 1930, promoveu ampla reforma educacional no Rio de Janeiro, capital da República, animada pela proposta de extensão do ensino a todas as crianças em idade escolar; articulação de todos os níveis e modalidades de ensino - Primário, Técnico, Profissional e Normal; e adaptação da escola ao meio urbano, ao rural e ao marítimo. Traçou e executou um largo plano de construções escolares, entre as quais as dos edifícios na Rua Mariz e Barros, destinados à antiga Escola Normal, hoje Instituto de Educação.

Fundou em 1931, e dirigiu por mais de 15 anos, na Companhia Editora Nacional, a Biblioteca Pedagógica Brasileira (BPB), de que faziam parte a série Iniciação Científica e a coleção Brasiliana. Foi o redator e o primeiro signatário do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova (A Reconstrução Educacional no Brasil), em 1932, em que se lançaram as bases e diretrizes de uma nova política de Educação. Foi presidente da Associação Brasileira de Educação em 1938 e eleito presidente da VIII Conferência Mundial de Educação que deveria realizar-se no Rio de Janeiro.

Foi um dos fundadores da Sociedade Brasileira de Sociologia, da qual foi presidente, desde sua fundação (1935) até 1960. Foi presidente da Associação Brasileira de Escritores (seção de São Paulo). Durante anos escreveu para O Estado de São Paulo.

Em sua obra destacam-se Princípios de sociologia (1931), uma pioneira publicação brasileira no assunto, o igualmente pioneiro Sociologia Educacional (1940), A Cultura Brasileira (1943) e História da Minha Vida (1971), uma autobiografia. Membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), eleito em 10 de agosto de 1967 para a Cadeira nº 14, sucedendo a Carneiro Leão, e recebido em 24 de setembro (1968), pelo Acadêmico Cassiano Ricardo.
 
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